sexta-feira, 28 de junho de 2013

Camões

Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho logo mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semidéia,
que, como o acidente em seu sujeito,
assim co’a alma minha se conforma,

está no pensamento como idéia;
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como matéria simples busca a forma.

Sintomas de saudade

"Então você simplesmente percebe que sente falta de alguém. Tenta se rodear de milhões de pessoas, ocupar a cabeça com 304.000 atividades ao mesmo tempo, ouvir música, tenta não pensar. Mas no fim do dia, você pensa e percebe que só queria estar com ele. Isso é saudade..."

quinta-feira, 27 de junho de 2013

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Somos cada momento

Todo mundo cai, todo mundo rala os joelhos às vezes. Todo mundo chora, por dor, por amor, sem motivo. Mas todo mundo ri e sorri nesse processo chamado Vida. Alguns aprendem, outros não. Uns tentam, outros conseguem, enquanto outros simplesmente são e o ato de ser é algo tão imenso e inexplicável que é apenas isso: ser.
Se não fosse cada joelho ralado não seria você. Se não fosse aquele cara que você nem lembra o nome, mas partiu seu coração pela primeira vez, essa garota que você reconhece como si mesma não existiria. Se não fosse aquela garota idiota de quem você gostava, mas nunca nem te olhou, você seria outro alguém que não esse alguém que lê o texto nesse momento. Se não fosse aquela briga com sua mãe ou a vez que você fugiu de casa... se não fosse cada mínimo instante que te encaminhou para o agora, você seria você? Provavelmente não.
Somos a soma e a consequência de cada momento vivido, somos os livros que lemos, as lembranças que guardamos., as pessoas que passaram por nossas vidas. Cada pequena coisa que nos conduziu a esse agora e é isso que somos. Pura e simplesmente o AGORA, a maior dádiva que poderíamos desejar


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Efeito formiguinha

Aos meus caros estranhos...

Um conhecido que participa efetivamente de protestos há anos veio conversar comigo sobre o que está acontecendo e suas possíveis soluções. Depois de muita conversa, ele perguntou "Então, você acha que devemos chamar as pessoas que não tem conhecimento e dizer, sente aqui que eu vou ter explicar umas coisinhas...? Acha que devemos fazer o Efeito Forminguinha?". Bem... sinceramente? Acho.
Claro que quanto mais pessoas, mais fortes as manifestações tendem a ficar e mais respeito e imposição elas podem ter, a curto prazo isso é muito bom.  Sei que um número razoável de pessoas que está lá, nem sabe ao certo o que está fazendo, embora esteja nas ruas gritando e tentando fazer valer seus direitos - mesmo sem conhecê-los muito.
Entretanto, há MUITA gente que sabe. Há estudantes politizados, professores, acadêmicos, cidadãos ativos, integrantes de grêmios estudantis, sindicalistas que sabem por que estão lá.
Todos não dizem que a base de tudo é a educação? Então, por que essas pessoas não se apresentam para ensinar algo a quem não sabe? Por que elas não surgem para explicar que o problema da locomoção urbana no Brasil vai muito além de tarifas de ônibus e metrôs? Por que elas não ensinam o quanto é absurdo um "gigante" como o Brasil ser tão dependente de um único sistema de transportes, que é necessário diversificar a matriz de transportes do país para otimizá-la?
Onde estão essas pessoas?
Posso parecer utópica, mas realmente creio no Efeito Formiguinha, no ato de que podemos perpetuar nossos conhecimentos apresentando-os a outras pessoas para que elas façam o mesmo. Um perfeito Efeito Dominó. Assim, um número cada vez maior de pessoas vai saber exatamente o que está fazendo ou pelo que está lutando. Essas mesmas pessoas começarão a ter mais acesso aos próprios direitos e saberão como melhor lutar por eles.
Não sou dessas que julgam ser fácil governar um país. Acho que é uma tarefa na qual poucos têm tamanha competência, ainda mais um país tão complicado quanto este, no qual a democracia como está sendo feita não funciona e suas bases estão tão corrompidas que precisam ser mudadas urgentemente.
Pouco adianta haver manifestações. Não adianta ter impeachment de Dilma (risos). Não adianta vandalizar órgãos públicos, muito menos bancar de "Golpe de Estado!" e "Anarquia", se as próprias pessoas não mudam. Se daqui a alguns anos formos às urnas e cometermos as mesmas burradas, se nem conhecermos o nosso poder, pois o temos, pouco terão validos essas manifestações.
Não importa o que digam, nós temos o poder em nossas mãos, embora não saibamos usá-lo.

                                                                  Da sua amiga, Jú.
PS: não sei quem disse, mas algum sábio disse certa vez: "Quem não gosta de política é governado por quem gosta."
E aí, Brasil, chegou a hora de gostar, né não?

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Vestida de branco

Não acredita na melhora do país?  Eu não sou igual a você. Não acredita na veracidade do movimento? Deixe-me crer. Pensa que é só um monte de vândalos ou estudantes desocupados? Eles estão tentando trazer a mudança que você nunca tentou. Pensa que é fácil levar tiro de balas de borracha só por que está defendendo o que acredita? Não é. Não acredita que algo pode mudar? Não vai mudar, enquanto você continuar votando errado. Perdeu a fé? É muito cômodo perder a fé e ficar sentado assistindo aos jogos do Brasil pela televisão. Não crê mais em um futuro melhor? Eu creio e vou lutar por isso.
Você não mudará absolutamente nada se não acreditar que pode.
Cansei de ouvir falarem mal do meu país. Agir como se fosse só algo que todos esperam que dê errado. Acordem! Já deu... Deu errado quando pagamos altos impostos e não vemos resultado algum. Dá errado todos os dias quando pessoas (seres humanos como eu e você!) morrem na fila do SUS, quando uma criança é morta com bala perdida na saída da escola, quando um político rouba milhões e sai impune, quando idolatramos ex-presidentes que só fizeram sua obrigação... Não está dando certo. Não questiono um aumento de 20 centavos, questiono a roubalheira que NÓS DEIXAMOS acontecer nesse país desde o seu "descobrimento".
Sinceramente... já deu.
Não adianta sair nas ruas, se permanecermos não sabendo votar, se continuarmos nos guiando pela lei do mais esperto. Não adianta colocar máscaras no rosto e reivindicar mudanças se você é o tipo de pessoa que "fura" filas, risca carros, joga lixo no chão e não se importa com o próximo...
Nossas atitudes diárias caracterizam nossa sociedade. Ela é só reflexo do que somos. Ninguém é vítima dos políticos, somos cúmplices; mas, como disse, já deu.
Hoje me visto de branco apenas como um lembrete do que sou: brasileira, e não desisto nunca. Inclusive do meu país.

sábado, 15 de junho de 2013

Pensando... Pensando... Pensando... III

É muito cômodo ficar parado esperando que o mundo mude. É muito cômodo julgar o movimento sem saber exatamente pelo quê aquelas pessoas estão lutando. É muito cômodo sentar-se em frente a sua poltrona e assistir ao jogo do Brasil. Estamos por demais acostumados a gostar desse velho comodismo. Pode até ser que esse seja mais um movimento com fins partidários, pode ser que não resulte em NADA, mas prefiro pagar pra ver do que ficar julgando aqueles que querem mudar algo. A questão não é os RS 3,20, a questão é que estou farta de esperar... esperar a mudança, esperar o fim da roubalheira, esperar a conscientização de políticos e da população... é hora de fazer acontecer. Não somos vítimas, somos cúmplices. 
Mas seremos por quanto tempo mais?

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Morar em...

Aos meus caros estranhos...

Sabem qual a origem da palavra "Namorar"? Vem de "Enamorar", que significa "Morar em". Ao contrário do que muitos pensam, morar em alguém não é fazer juras eternas no facebook ou dar presentes caros, jantares refinados ou passeios em carros luxuosos. Morar em é aceitar abrigar um coração no seu, apesar dos erros, defeitos e falhas de ambos. É tornar-se o lar de alguém que em troca poderá oferecer o mundo, mas só uma única coisa importará: Amor.
Não é que os relacionamentos sejam fáceis. Não são. Se fossem todos estaríamos andando saltitantes por aí, soltando purpurina pelo ar. Se fossem, ninguém cantaria Adele. Não é o caso. Relacionamentos machucam, magoam, assustam, muitas vezes despertam em nós medos e inseguranças. Mas eles são os mesmos que nos fazem crescer como seres humanos, que nos levam a compreender um pouco mais sobre o amor e sobre o outro. Não é fácil ser o lar de alguém, nunca será. Para que dê certo é necessário doar a si mesmo e ter fé e respeito, mas nem todos estão dispostos a tudo isso.
É realmente mais fácil fazer no facebook a imagem de um "amor-perfeito", quando tudo que a maioria das pessoas realmente necessita não é um amor-perfeito, é um amor real.
Feliz dia dos namorados a todos, mas, principalmente, bom amor, pois é ele que importa.

P.S: "Tornar o amor real é expulsá-lo de você para que ele possa ser de alguém" Nando Reis

                               Da sua amiga, Jú

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Sobre pessoas, engarrafamentos e lições de vida...

Tem gente que odeia engarrafamentos. Faz deles um suplício diário, xinga, esperneia, pragueja contra o Universo. Eu também odeio engarrafamentos, mas sou o tipo de pessoa que quando se vê parada na multidão de carros prefere colocar o som no último volume, sair do carro e dançar no meio da rua. O que nos difere não são os problemas cotidianos, é a forma como se lida com eles. Se praguejar fizesse de mim alguém lúcido, eu odiaria tal lucidez.

domingo, 9 de junho de 2013

“Quanto tempo mais durará esse acúmulo de palavras não ditas? De diálogos pensados e divididos unicamente com meu travesseiro?
Eu sempre vou dormir pensando em você. Acordo exatamente do mesmo jeito. Imaginando como serão as próximas vezes que nos encontraremos, o que vou dizer, como vou agir, até como vou te olhar. Tenho vontade de te falar sobre o seu cheiro, os seus olhos, vontade de falar o quanto eu te acho lindo, e o jeito que você sorri, que me encanta... coisas assim. Mas nunca falo. É que você me trava e me deixa assim, com essa cara, abobalhada e derretida, você não sabe o quanto tudo fica extremamente bagunçado e feliz quando você passa levando com você até o meu último fio de cabelo.
E logo eu, que sou tão minha, deixo você me levar assim.
Logo eu, que amo a liberdade como a única companheira que sempre tive, escolho prender-me a você. E você nem sabe.
São palavras, gestos, pequenos atos que vão se acumulando em mim esperando que um milagre aconteça e você perceba que SIM, podemos fazer isso dar certo. São baús e mais baús de histórias vivendo dentro de mim, esperando única e exclusivamente o seu sim para fazer de todo esse sonho real. E que não seja apenas um sonho! Porque se for, não sei se hei de querer acordar. Talvez, algum dia, tenha coragem de abrir todos esses baús com você, mostrar-lhe o que há aqui dentro e ninguém consegue ver. Talvez algum dia conseguirei pensar em nós sem me questionar se conosco essa palavra realmente existe... “Nós”. Talvez algum dia, deixarei de carregar o peso das palavras nunca ditas, porque nunca é tempo demais.“ Por Alenna Lílian e Jú Neris

"Antenor ria. Antenor tinha saúde. Todas aquelas desditas eram para ele brincadeira. Estava convencido de estar com a razão, de vencer. Mas, a razão sua, sem interesse chocava-se à razão dos outros ou com interesses ou presa à sugestão dos alheios. Ele via os erros, as hipocrisias, as vaidades, e dizia o que via. Ele ia fazer o bem, mas mostrava o que ia fazer. Como tolerar tal miserável? " Conto muito bom -http://www.desfragmente.com/2009/10/o-homem-de-cabeca-de-papelao-joao-do-rio.html

sábado, 8 de junho de 2013

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Nossa

Me empresta um pouquinho de você? Pra quê? Para te eternizar em uma história como a nossa, mas não a nossa. Uma outra criada pelo meu coração. Pois minha história terá fim, a nossa não.
Ela começará no campo, ou na cidade, ou nas ruas desertas de lugar nenhum, pouco importa. Ela começará apenas, como o que eu sinto por você, simples, singelo, natural. Sem as dores rápidas e agudas de paixões absurdas que anunciam sua chegada. Ela começará sussurrando belas palavras, ao contrário do silêncio no qual brotou meu sentimento.
Terá um meio.
Claro que terá!
Será mais intenso, mais confuso, mas não será um fim. Como o entardecer, misturado nas mais belas nuances de cores variadas e confusas, muitas vezes. Ninguém sabe ao certo como aquela mistura se resolverá, muitos duvidam do seu resultado, a maioria tem medo do que virá. Mas virá. A noite com as suas mais belas estrelas de fé e emoção, encarnadas em um brilho todo especial. Só meu. Só teu. Só nosso.
Ao amanhecer, a história chegará ao fim, como toda boa história deve ser.
Mas será mesmo um fim? Te digo apenas que não sei dizer.
Mas lembre-se: essa não é nossa história.
Então... me empresta um pouquinho de você?

domingo, 2 de junho de 2013

Ao meu coração

Olá anjinho, como está? Senti verdadeiramente a sua falta quando partiu, até mais do que acreditava ser possível. Cortei o cabelo, assisti a bons filmes, estudei, li livros, fiz amigos, me distraí, até dancei enquanto esteve fora. Nada que trouxesse grandes complicações, prometo. Não fiz bagunça ou saí arrumando tudo como quem tem algum tipo de transtorno compulsivo. Não me aproveitei da sua ausência, eu não faria isso.
Só vivi, enquanto você não estava aqui comigo. Ah! Como poderia esquecer? Ouvi música, fiz dela o meu ópio necessário, tentei preencher com ela o lugar o que você deixou vazio.
Agora você voltou e contigo veio um estranho alguém de belo sorriso e conversa agradável que tirou o pouco que restou do meu equilíbrio. Por favor, não faça isso assim, não me assuste tanto, deixe-me sentir aos poucos para que não fuja do sentimento como minha Razão manda fazer. Pegue mais leve, controle-se um pouco... Não faça com que tudo fique mais estranho do que já é.
Deixe acontecer naturalmente. Não se entregue assim, de primeira. Já sofremos demais para não aprender nada com isso, para fazer do sofrimento algo tão constante.
Vamos lá, não chore, isso não é uma briga ou uma proibição -mesmo que fosse você não respeitaria, já passamos por isso. Quero ser feliz, é um direito meu e vou correr atrás disso.
Vou-me permitir sem grandes aspirações, certo? Mas vamos nisso juntos. Afinal, meu primeiro amor sempre será você.
Vamos fazer com que tudo fique bem. Prometo.



Resposta a postagem http://carosestranhos.blogspot.com.br/2013/04/ate-breve-coracao.html

sábado, 1 de junho de 2013

Trecho...

"-Aposto que você tem uma garota como eu em cada parte do mundo.
-Impossível... sabe por quê?
-Por que você não é tão bonito assim?
-Não... porque você é única" Um diálogo pode gerar um conto inteiro? Vamos ver...