segunda-feira, 1 de abril de 2013

Até breve, coração

Tenho um coração que pediu férias. Acho que todos algum dia pedem, embora nem sempre sejam atendidas, mas sempre amei tanto este coração que nunca realmente permiti que ele fosse. Um coração que pede um tempo não por medo de sofrer, mas por já ter sofrido e se decepcionado de tantos modos distintos e indescritíveis que simplesmente cansou de esperar e partiu depois de mais uma expectativa resultando em sofrimento.

Tirou férias para que a mente ficasse no comando por um tempo e organizasse a bagunça que ele deixou para trás. Justo? Nem tanto, mas coisas relacionadas ao coração geralmente não o são. E quando for a hora, ele vai voltar, descansado, paciente, mais sábio e disciplinado – se for possível -, mais maduro, embora espere que não perca a beleza de criança que sempre teve. Sim, ele arrumou as malas, levando apenas uns poucos pertences, saiu pela porta dos fundos para que não fosse visto e se aproveitassem de sua ausência, ao longo do caminho deixou caírem lágrimas que secariam como suas mágoas e lhe mostrariam o caminho de volta. Não teve toda pompa e glamour que merecia ou o drama que sempre gostou, apenas partiu, olhando para trás ao passar pela soleira da porta numa promessa muda: “Um dia eu volto, fica bem”.

Se tivesse ficado mais alguns segundos teria ouvido a Razão sussurrar por trás porta então fechada: "Promete?", mas ela sabia, ele sempre cumpria suas promessas.

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