sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Aos meus caros estranhos... Cresci ao redor de uma goiabeira. Eu roubava goiaba, brincava, subia em seus galhos, me escondia neles para fugir do banho e do mundo que às vezes assustava. Ia até a parte mais alta, tentado alcançar as estrelas.
Isso é infância... tentar alcançar o que, quando crescemos, parece inalcançável.
Tão diferente do que vejo ao meu redor. Vejo crianças grudadas em telas de computador o dia inteiro, espelhando-se em ícones que nada fizeram além de vender a própria imagem, algumas já tomam anti-depressivos. Vejo pais tão preocupados consigo mesmos que esquecem a felicidade dos próprios filhos. Sinto falta de crianças me perguntando se acredito em Papai Noel - e me garantindo, como toda a certeza do mundo, que ele existe. Sinto falta dos sorrisos verdadeiros que encantavam as pessoas que passavam nas ruas.
Hoje em dia, as crianças não sorriem mais para meros desconhecidos, estão muito ocupadas retocando a maquiagem ou mandando mensagem de texto.
É isso que estamos fazendo, meus caros estranhos? Transformando nossas crianças em mini-adultos? Isso é educar?
Estou com medo de que essa infância de plástico gere também adultos de plástico, sem valores, sem sonhos... mas ainda tenho fé. Minha fé se renova todas as vezes que, contra todas as possibilidades, uma criança ergue os olhos para o céu e sorri para as estrelas, enquanto elas sorriem de volta.
                                          Da sua amiga, Sophie

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