segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A vida não é feita de grandes dias.
Definitivamente é bastante marcada por eles, mas aquilo que há de mais importante não está neles contido.
Neles, não nos damos conta do cheiro do café de manhã ou das caras engraçadas de sono dos que estão ao nosso lado todos os dias. Os grandes dias são marcados por grandes feitos incomuns, atos heroicos e superestimados.
Não é deles que estou falando.
Estou falando dos dias em que você acorda de mau humor, porque é cedo, porque tem que ir trabalhar, porque não dormiu direito, porque queria só mais uns minutinhos, levanta da cama e se vê diante de um dia lindo, e sorri. Falo dos dias que você está parado no meio do trânsito cosmopolita infernal, liga o rádio a espera da notícia tão comum sobre o aquecimento global, mas começa a tocar uma música que você não ouvia desde os 15 anos e que ainda te lembra aquela garota linda por quem você estava a fim e, naquela festa, vocês dançaram como se não houvesse mais nada de verdadeiramente importante. Ou de todas as vezes que você voltou para casa do trabalho tendo o privilégio de olhar o mar e sonhar um pouco de olhos abertos.
São dias a mais, dias de paz, dias que deixamos para trás e nem percebemos, os quais nem damos lá muita importância, mas cujas pequenas belezas características nos trazem felicidade, pelo simples fato de existir.

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