domingo, 9 de fevereiro de 2014

Sobre cartas de amor...

Em toda boa carta de amor, você nunca sabe como começar, mas quando desanda a escrever ela fica imensa e irritantemente redundante porque, no fundo, tudo que você queria dizer era o famoso "eu te amo" só que com vários floreios, muitas vezes desnecessários, mas importantes por ser uma carta de amor. Sabe o que é mais curioso em cartas de amor? Elas sempre são remetidas a alguém quando, na verdade, elas são apenas palavras que o nosso coração cansa de dizer a si mesmo e tem necessidade de gritar ao mundo. Cartas de amor são escritas de nós para nós mesmos e dirigidas ao outro como um agradecimento por nos dar um sentimento tão belo que faz surgir uma carta de amor. E são todas tão tolas com tantas juras de amor eterno, tão sincero (ou não hahahahahaha -> sou má) e arrancam tantas lágrimas, mas as pessoas não notam que mais importante do que as cartas de amor, é o amor em si que precisa ser mostrado muito mais do que por cartas de amor.
E cá estou eu, fazendo uma análise do que seria uma carta de amor tal como um pesquisador faria um estudo sociológico e não escrevo a minha. Devo estar me tornando uma daquelas pessoas frias, que arrombam as janelas de corações alheios só para remexer o que está dentro deles pelo puro prazer de poder fazer isso. Ou meu amor por quem, em minha vida, merece uma carta de amor é simplesmente tão grande que enquanto escrevo uma carta sobre cartas de amor percebo a sua irrelevância, pois o quanto admiro, amo e respeito o meu alguém não pode ser ditado em simples palavras num papel tosco (quanto mais em uma tela de computador).
Se já escrevi cartas de amor? Algumas. Todas bastante bizarras por sinal, mas eram cartas de amor.
Provas cabais -algumas nem tanto- de que amei e vivi o suficiente para poder escrever uma doce carta de amor.
Todas as cartas de amor são tolas de alguma forma, mas quem tem medo de ser tolo, ainda tem muito o que aprender sobre o amor.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Confissões

Conheci o amor da minha vida aos 16 anos, uma idade na qual nem sabia o que significa realmente ser o "Amor da Vida" de alguém. Num belo dia, uma segunda-feira qualquer e triste, ouvi o som de uma porta se abrindo -seria a do meu coração? - e lhe vi entrando pela primeira vez na minha vida. Sentou na minha frente e pude observá-lo numa expressão muda de sentimentos positivos e espanto. Dias depois veio uma dança que mudaria nossas vidas... semanas depois veio o "Eu te amo", que contrariando todas as minhas regras internas, deixei escapar por entre esses lábios. Mas o coração não obedece regras impostas tão friamente e me joguei de cabeça sem saber a profundidade do seu ser, pronta para me afogar, se preciso fosse. Me afogar em você.
Tivemos medo juntos, choramos, rezamos, demos risadas, por vezes gritamos um com o outro, brigamos... mas, ao contrário de tantos outros que já tinham passado em nossas vidas, algo de você sempre ficava em mim e vice-versa, então voltávamos, porque ir embora era como deixar parte de si mesmo. E "até quem me vê lendo jornal na fila do pão sabe que te encontrei" e me perdi em você para, então, me encontrar em mim.
Conheci o amor da minha vida aos 16 anos, e aos 90 ainda trarei-o junto ao meu coração, ainda que outros amores de tantas vidas apareçam. Por quê? Porque esse amor me mudou, me mostrou quem sou e, sobretudo, quem quero ser. Me provou que podemos ter inúmeros amores de inúmeras formas diferentes e é isso que importa... Amar!
Esse é o amor que jamais me deixa sozinha, amor que encosto a cabeça no peito só para ouvir o coração bater, pelo simples motivo de que esse singelo som me faz feliz. Amor que não abandona, que não vai embora, que faz morada no peito alheio e mesmo estando longe, faz-se presente em cada pensamento. Amor... puramente amor...
Conheci o amor da minha vida aos 16 anos e, se me fosse permitida a escolha, passaria o resto da eternidade ao seu lado.